Seu mundo só
Ela andava de cabeça baixa, observando as rachaduras do asfalto e se encantava com os pequenos insetos coloridos que andavam depressa pelo chão.
Seu cabelo sem corte escondia sua amargura, que marcava cada expressão de seu rosto.
Ela sobrevivia, já perdera a conta dos dias que passaram.
Os jornais com as manchetes reportando os desastres já não a espantavam mais. Desde maio, as folhas são dobradas sem serem olhadas, sem nem sequer serem folheadas por ela.
Em seu caminho, nem uma única alma. Mas, por vezes, ela se esbarrava em algumas coisas sem se importar ou perceber o que eram.
A luz do sol a incomodava, deixando-a encolhida em um canto qualquer, isolada, satisfeita com a companhia da voz do silêncio.
Vez ou outra ela percebia objetos redondos caindo rente a ela, abandonando-os lá quando saía vagando pelas ruas.
Ela costumava gostar do vento batendo nas árvores, do som calmo dos passarinhos da manhã. Mas depois de tudo, nada mais a atinge, nem sequer o canto das aves invadiam seu mundo só.
Silêncio de tristeza ouvindo ao longe a magoa...
ResponderExcluirMe pergunto será que ela sairá desse triste silêncio?
Olha... Pode ser que sim, se souber encarar a vida de outra forma. =)
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