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1999

1999. Foi o ano em que tudo aconteceu. Mariana estava com 21 anos, no auge de sua vida. Nunca estivera tão feliz! Seu namorado, Diego, tinha acabado de pedi-la em noivado. Nem seus pais sabiam da novidade ainda. Ela, o namorado e os amigos pegaram uma semana de folga no fim do ano e decidiram viajar para o litoral. Era dia 31 de dezembro e eles alugaram uma casa na praia para comemorar o Ano Novo. Saíram de madrugada. Na noite anterior, Mariana mal conseguiu dormir de ansiedade. Já começava a imaginar como seria os dias por lá.

Dos meus sonhos

Abri a janela do quarto O sol entrou, o vento me tocou Não muito longe teu olhar me esperava Talvez não a mim... O inevitável me convidava Um gole no copo de bebida gelada

Daqueles dias

“Depois não reclame”, diz ela em tom de alerta. O dia não começou bem aquele dia. Foi uma briga feia logo pela manhã. Ele saiu batendo a porta, dando arranque no carro. Ela, ainda foi tomar um banho para esfriar a cabeça e tentar não pensar naquela discussão. Mas, como era de se esperar, não conseguiu. Ficou imitando o jeito que ele dizia todas as absurdas desculpas para não mudar. Para ela, era tudo tão óbvio. Porque ele tinha que ser tão cabeça dura? “Ele que faz tudo errado e a culpa ainda é minha. Se dei algum conselho, foi ele quem pediu”, pensou alto, ficando com mais raiva ainda. Eles quase nunca discutiam. Era raro, mas quando acontecia, era dia de ele dormir fora de casa. Típico dele, não aguentava ouvir uma única opinião que se opusesse ao que ele pensava. E era isso que mais a irritava: essa prepotência de achar que só ele estava certo. Com o fato, ela começou a se lembrar de todas as outras vezes em que isso aconteceu. Por bobagens, meras bobagens. Porque s

Reencontro

Era quarta-feira. O senhorzinho de cabelo grisalho, que todos tinham até certo receio de cumprimentar, se arrumava toda quarta-feira no mesmo horário: às 18h05. Era aposentado e quase não saía de casa, exceto por esse dia da semana. Escolhia a camisa mais bonita e tomava um banho bem tomado. Penteava os poucos cabelos que tinha com o maior cuidado possível, pegava sua bengala e saía caminhando lentamente até a igrejinha perto de sua casa. Queria estar impecável. Já fazia um bom tempo. Um tempo que ele sentiu passar arduamente. Já se passara 10 anos desde que a perdeu. No início, sentiu raiva, melancolia, uma tristeza tão profunda que pensou que morreria. Ela era a sua força, o significado da felicidade. Por dias, ficou estático. Não queria comer, não queria ver ninguém, mal atendia a porta e muito menos o telefone, que tocava tão insistentemente que decidiu tirar do gancho.