Coisas da vida

Às vezes me esqueço da quantidade de coisas que passei nestes 22 anos... Muito bem vividos, se me permite dizer. Fico pensando como posso ter simplesmente “apagado” da memória estas coisinhas tão bobas, mas que ao mesmo tempo foram responsáveis por parte do que eu sou agora. Os grandes eventos têm uma participação maior e isso não posso negar, mas os detalhes, ah os detalhes... Eles são como os pingos nos is, as cores harmoniosas em um desenho, a brisa batendo nas folhas de uma árvore, um pequeno gesto, o tempero da comida. É isso que eles são. E como pude me esquecer assim?

É engraçado. As pessoas marcam. Todas elas. Algumas de um jeito extraordinário, outras nem tanto, mas tem aquelas que o coração já palpita de passar mal só de cruzar o pensamento por ela. E eu me pergunto, por quê? Será que só eu sou assim? Ninguém é 100% muito bom ou muito ruim para nós. Claro que sempre há suas exceções, mas exceções à parte! A verdade é que todas elas trouxeram alguma coisa boa para mim. Digo, pode não ter sido boa a princípio, mas trouxeram lições, me ensinaram e me fizeram crescer. Fazendo-me sofrer ou não. Mas ironia é que o ser humano sempre aprende mais quando sofre. E eu me pego pensando novamente: Por quê? Será que somos tão burros ou estúpidos a ponto de não aprendermos de um jeito mais fácil? Parece que não...

Passei por muita coisa até chegar onde estou. Enfrentei barreiras, escondi muitas coisas que senti ao longo dos anos, repreendi muitas outras, me abriguei atrás de uma máscara para que não pudessem me alcançar. Confesso que em uma época sentia-me muito estranha por ser assim. Mas hoje, percebo que não me arrependo por nada disso. Sabe aquela sensação de: Podia ter sido mais assim, ter um pouco mais de tal pessoa, pegar um pouquinho mais de atitude de não sei quem e etc? Não, eu não tenho isso. Ligava muito para os que os outros pensavam ao meu respeito, isso é verdade. Hoje tento não me importar tanto. Fui feliz do meu jeito e é isso que importa.