O perdão
Ele merecia mesmo era um mar de palavras feias jogadas em cima dele, para descontar toda a raiva que ela teve nos últimos tempos. A raiva que a corroía por dentro, causava taquicardia e fortes dores de cabeça.
Olhou muitas vezes o recado recebido. À primeira vista, não sabia quem era. Ela havia apagado o número do celular dele de sua lista... Quis apagá-lo de sua vida, principalmente. Ficou confusa com a mensagem e só então observou a foto no aplicativo.
Pensou em várias coisas para dizer. Quis cuspir na cara dele o quanto aquilo a atacou por dentro, quis xingar, quis bater. Mas ele não merecia nem isso, menos ainda uma resposta ou um olhar de compaixão. Não merecia o ar que respirava. Não merecia, acima de tudo, que ela ficasse daquele jeito por alguém que não significava nada para ela. Não mais.
De um jeito quase relutante, decidiu perdoá-lo. Mas era só da boca pra fora, para mostrar que ela era maior do que aquilo, ainda que não fosse bem assim.
Ele a traiu do pior jeito que um ser humano poderia. Traiu sua confiança, sua lealdade, sua amizade. Se fez de coitado e fez dela a vilã. Nos burburinhos da cidade, ouvia o que ele andara espalhando. O que ele cobria. Todas aquelas mentiras que deveriam ser engolidas num único gole de veneno. E ela queria que esse prazer fosse dela. Fazê-lo engolir cada gota de veneno e ver seu rosto fumegando de sofrimento. Queria se deliciar nesse momento, mesmo que de longe.
Na vida inventada por ele, era ela a culpada de tudo. Ele era o pobre coitado, que havia sido atacado pelas costas. E de pouco em pouco, como se fosse seu principal prazer, ele propagou toda essa ideia para amigos em comum, familiares, colegas de trabalho e pessoas que ela nem conhecia.
Ela se segurou muito. Com aquela mensagem cheia de artigos de bom moço, ela viu nas entrelinhas que ele queria se fazer de coitado de novo. Como quem dissesse: “quis ser humilde e tentei reconciliação, mas só consegui com que ela me esnobasse mais uma vez”.
Mas ela viu, enxergou além. Ela tinha certeza de que ele tinha consciência do que fez. E somente respondeu: “ok, vamos esquecer isso”.
Mesmo que aquilo tivesse sido dito somente por dizer, o perdão realmente a abraçou. Ela não sentiu mais raiva ou coração palpitando. Só pena. Pena por ele ser uma pessoa tão pequena de precisar atrair atenção para ele daquela forma tão desprezível.
E assim, continuou a sua vida... Como se ele nunca tivesse cruzado seu caminho...
Olhou muitas vezes o recado recebido. À primeira vista, não sabia quem era. Ela havia apagado o número do celular dele de sua lista... Quis apagá-lo de sua vida, principalmente. Ficou confusa com a mensagem e só então observou a foto no aplicativo.
Pensou em várias coisas para dizer. Quis cuspir na cara dele o quanto aquilo a atacou por dentro, quis xingar, quis bater. Mas ele não merecia nem isso, menos ainda uma resposta ou um olhar de compaixão. Não merecia o ar que respirava. Não merecia, acima de tudo, que ela ficasse daquele jeito por alguém que não significava nada para ela. Não mais.
De um jeito quase relutante, decidiu perdoá-lo. Mas era só da boca pra fora, para mostrar que ela era maior do que aquilo, ainda que não fosse bem assim.
Ele a traiu do pior jeito que um ser humano poderia. Traiu sua confiança, sua lealdade, sua amizade. Se fez de coitado e fez dela a vilã. Nos burburinhos da cidade, ouvia o que ele andara espalhando. O que ele cobria. Todas aquelas mentiras que deveriam ser engolidas num único gole de veneno. E ela queria que esse prazer fosse dela. Fazê-lo engolir cada gota de veneno e ver seu rosto fumegando de sofrimento. Queria se deliciar nesse momento, mesmo que de longe.
Na vida inventada por ele, era ela a culpada de tudo. Ele era o pobre coitado, que havia sido atacado pelas costas. E de pouco em pouco, como se fosse seu principal prazer, ele propagou toda essa ideia para amigos em comum, familiares, colegas de trabalho e pessoas que ela nem conhecia.
Ela se segurou muito. Com aquela mensagem cheia de artigos de bom moço, ela viu nas entrelinhas que ele queria se fazer de coitado de novo. Como quem dissesse: “quis ser humilde e tentei reconciliação, mas só consegui com que ela me esnobasse mais uma vez”.
Mas ela viu, enxergou além. Ela tinha certeza de que ele tinha consciência do que fez. E somente respondeu: “ok, vamos esquecer isso”.
Mesmo que aquilo tivesse sido dito somente por dizer, o perdão realmente a abraçou. Ela não sentiu mais raiva ou coração palpitando. Só pena. Pena por ele ser uma pessoa tão pequena de precisar atrair atenção para ele daquela forma tão desprezível.
E assim, continuou a sua vida... Como se ele nunca tivesse cruzado seu caminho...
Amourinha!
ResponderExcluirÓtimo texto, como sempre.
Parabéns e (por favor!) não pare de escrever.
Beeijo! <3